(desenho de Gabriel Monteiro)
Hoje tirei um peso enorme do meu peito.
Dentro do processo de nova Carolina, que tinha que estrear logo porque a anterior não estava legal, tinha uma coisa que insistia em permanecer.
Tinha um peso de papel apertando meu coração, estava comprimindo e dificultando até de bater, até cardiologista eu tinha marcado, porque aquele aperto me agoniava... era pesado.
E como é complicado esse peso que a gente carrega que não é feito de sacolas de mercado, nem de mochilas, nem de bolsas com máquinas fotográficas, notes e celulares. Este tipo de peso não dói nas costas, muito menos cansa os braços, este tipo de peso a gente sente no peito. Horrível, não recomendo pra ninguém.
Ano passado eu ainda me perguntava o que seria, porque? Tantas incertezas eu tinha no peito. De fato comecei o ano sem ter resolvido esse peso no peito, essa anguústia velada, disfarçada por momentos hiena incontroláveis.
Ontem terminei de ler o livro que ganhei ... "Era uma vez o amor, mas eu tive que matá-lo". As coisas fizeram sentido.No momento que ganhei o livro, meu coração estava denso, e as palavras me atormentavam e eu ficava remoendo aquelas conversas, ficava pensando nas frases de efeito... remoendo. Ficou lá na cabeceira da minha cama até ontem...
"Eu tinha minha dor com palavras e ela o seu silêncio."
(Era uma vez o amor mas tive que matá-lo -Efraim Medina Reyes)
(Escrevo essas coisas ouvindo Aerosmith, "Living on the Edge", assustadoramente propícia pro momento que escrevo. Minha mente voltou a divagar, o que é bom, idas e voltas e pensamentos disconexos em meio a cálculos e planilhas, telefonemas e emails.)
Mas voltando a questão do peso...
Hoje quando acordei, entendi o que me atormentava de um jeito que jamais imaginei...
O que preciso é entender que não é pra ser do jeito que estava no "projeto", que quando minha vida foi "instalada" em 2009, a situação no local era diferente, e as diferenças me levaram para onde estou hoje.
É fato que não escolhi, que não estava assim no papel... e nisso me vi conformada em ficar sozinha... voltando aos planos de quando tinha 20...
"Escrever é um limite, uma dor, um defeito a mais."
(Era uma vez o amor mas tive que matá-lo -Efraim Medina Reyes)
E esta é a questão! Voltar atrás!
Era isso que estava pesando horrores aqui dentro. A falha, a vergonha, a tristeza e o fracasso... Assumir tudo isso é o que dói e por doer, evito e por evitar, sofro, porque quando menos imagino, está lá, me socando a cara no espelho enquanto brinco de me maquiar (coisa bem nova, qualquer um que me conhece sabe disso).
"Serei eu, será o silêncio, lá onde não estava, não sei, não saberei nunca, no silêncio não se sabe, é preciso seguir em frente, vou continuar."
(Era uma vez o amor mas tive que matá-lo -Efraim Medina Reyes)
Agora fica muito mais fácil, o peso já foi embora porque sei o que me incomoda, bora resolver isso...
Uma hora dá certo!
Beijones
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